domingo, 21 de maio de 2023

Cine Especial


Três aventuras em DVD da Classicline com efeitos especiais de Ray Harryhausen!

A nova viagem de Simbad

Simbad (John Phillip Law) é o príncipe de Bagdá que encontra um mapa do tesouro que o leva a uma viagem fantástica para a ilha de Lemuria. Um feiticeiro do mal lança uma maldição para impedir a missão de Simbad. No caminho o marujo se alia a uma escrava e a um grão-vizir.

A distribuidora Classicline relançou esse mês em DVD duas fitas de aventura dos anos de 1970 com Simbad, lendário marujo e aventureiro de Bagdá cujas origens estão nos contos populares do antigo Oriente Médio. Nos dois filmes presenciamos Simbad viajar pelos sete mares e entrar de cabeça em aventuras fantásticas com princesas encantadas, enfrentando monstros perigosos e até o sobrenatural. Simbad apareceu pela primeira vez em “As mil e uma noites”, coleção de contos árabes compilados e traduzidos a partir do século XVIII, e depois ganhou livros próprios e muitos filmes. Em “A nova viagem de Simbad” (1973), o marujo segue com um mapa do tesouro à ilha de Lemuria. No caminho enfrenta uma estátua vingativa com vários braços, um centauro de um olho só e um grifo, criatura mítica com cabeça de água e garras de leão. O filme tem efeitos visuais primorosos, um chamariz para a aventura se tornar empolgante, assinados por Ray Harryhausen (1920-2013), especializado em stop-motion (criou nos anos de 1950 diversas criaturas memoráveis, como “O monstro do mar” e “O monstro do mar revolto”, além das de “Fúria de titãs”).



Astro nos anos de 1960 e 1970, John Phillip Law (1937-2008) é o Simbad astuto e um dos melhores intérpretes do personagem no cinema – ele esteve em filmes cultuados como “Barbarella” (1968) e “Perigo: Diabolik” (1968).
Rodado na Espanha, tem direção do alemão radicado no Reino Unido Gordon Hessler, que dirigiu muitas fitas de terror, como “O ataúde do morto-vivo” (1969), “Grite, grite outra vez” (1970) e “O uivo da bruxa” (1970).

A nova viagem de Simbad (The golden voyage of Sinbad). EUA/Reino Unido, 1973, 105 minutos. Aventura. Dirigido por Gordon Hessler. Distribuição: Classicline


Simbad e o olho do tigre

Simbad (Patrick Wayne) viaja às terras míticas de Charnak para se casar com a irmã de um príncipe. Só que o príncipe está tomado por uma maldição, enfeitiçado pela própria madrasta. Para romper o feitiço, Simbad é levado para uma série de desafios em uma viagem arriscada.

No cinema, três filmes de Simbad ficaram famosos nos cinemas e mais tarde em sessões da tarde na TV aberta, principalmente nos EUA e no Brasil: “Simbad e a princesa” (1958), “A nova viagem de Simbad” (1973) e “Simbad e o olho do tigre” (1977), os três com efeitos especiais feitos pelo mago Ray Harryhausen (1920-2013), de “Fúria de titãs” (1981). O personagem Simbad nasceu de contos populares no mundo árabe, era um marujo intrépido que partia em viagens grandiosas pelo mundo afora. No cinema Simbad apareceu em fitas clássicas, como “Simbad, o marujo” (1947, interpretado pelo astro da década de 1930 Douglas Fairbanks Jr.), em animação (como “Sinbad – A lenda dos sete mares”, de 2003, da Dreamworks) e até em paródia brasileira, no caso “Simbad, o marujo trapalhão” (1976, com Renato Aragão e Dedé Santana).




“Simbad e o olho do tigre” (1977) é um entretenimento esperto e divertido, com muitas cenas de luta com monstros. Aqui, como se fosse Hércules, Simbad terá um monte de desafios a cumprir para alcançar o amor de sua vida; em todos eles, precisa derrotar ferozes inimigos, como um temível colosso de bronze em forma de touro, um gigante de chifre na testa, um ágil babuíno, demônios com espadas e um enorme tigre com dentes-de-sabre. Dessa vez Simbad é interpretado por Patrick Wayne, de “Jake Grandão” (1971), um papel marcante na carreira do ator. Há participação de Jane Seymour, atriz de “Em algum ligar do passado” (1980) e da série “Dra. Quinn” (1993-1998), e o filme foi rodado em locações na Espanha, Jordânia e Malta, além de estúdios no Reino Unido. Conta ainda com boa direção de Sam Wanamaker, que dirigiu séries de TV e foi um ator muito versátil entre os anos de 1950 e 1990.

Simbad e o olho do tigre (Sinbad and the eye of the tiger). Reino Unido, 1977, 113 minutos. Aventura. Dirigido por Sam Wanamaker. Distribuição: Classicline



Jasão e o velo de ouro

Intrépidos aventureiros liderados pelo grego Jasão (Todd Armstrong) viajam na nau Argo em busca da lã de ouro do carneiro alado Crisómalo. No caminho, o grupo enfrentará monstros e muitos perigos, na terra e no mar.

Retumbante fita de aventura clássica, marcou gerações pelos efeitos visuais que chacoalhavam o público nas poltronas do cinema (o filme é de 1963, exibido centenas de vezes na TV aberta). Filmado em estúdios no Reino Unido e em belíssimas locações em Salerno, na região da Campania, no sul da Itália, o filme, originalmente da Columbia Pictures, revisita o épico poema do grego Apolônio de Rodes “As argonáuticas”, escrito no século III a.C., em que conta a viagem de Jasão, herói da Tessália, por terras desconhecidas para reivindicar seu trono roubado. Para tal, Jasão lidera um bando de intrépidos aventureiros numa nau, chamada Argo (por isso eles são “os argonautas”), explorando desafios para obter o velocino de ouro, uma lã de carneiro que tem o poder de curar doentes. No estilo de Hércules, Jasão realiza tarefas para conseguir o objeto sagrado, lutando com o titã Talos (uma enorme estátua de bronze), harpias (aves de rapina com rosto e corpo de mulher), uma hidra gigante (monstro mitológico com corpo de lagarto e várias cabeças de cobra) até um confronto estrambólico com caveiras protegidas por escudos (cena memorável na História do Cinema). Juntam-se a Jasão e os argonautas o deus dos mares, Netuno, e até a sacerdotisa Medeia!
Novamente os efeitos visuais são primorosos, chamariz para o filme, todos em stop-motion, assinados pelo mago Ray Harryhausen, que criou criaturas famosas do cinema, de filmes como “A vinte milhões de léguas da Terra” (1960), “A ilha misteriosa” (1961) e “O vale de Gwangi” (1969).




Com roteiro de Beverley Cross, criador de ótimas histórias de aventura para o cinema, como “Os legendários vikings” (1964), “Gengis Khan” (1965) e “Simbad e o olho do tigre” (1977), tem direção charmosa de Don Chaffey, de “Mil séculos antes de cristo” (1966). Pontos altos também: a trilha de Bernard Herrmann, de Taxi driver” (1976), e a fotografia de Wilkie Cooper, de “Pavor nos bastidores” (1950).

Jasão e o velo de ouro (Jason and the Argonauts). EUA/Reino Unido, 1963, 103 minutos. Aventura. Dirigido por Don Chaffey. Distribuição: Classicline

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