sábado, 20 de janeiro de 2024

Resenha Especial


Floresta negra

Durante as Cruzadas, um importante homem da nobreza, Frederick Hoffman (Sam Neill), sofre um acidente com a esposa grávida. Ele consegue salvar o bebê, mas a mulher morre. Muito tempo depois, Hoffman se casa novamente, agora com a bela e misteriosa Claudia (Sigourney Weaver). Ele não desconfia que ela é uma bruxa, obcecada pela beleza eterna. Claudia persegue e oprime a enteada, Lilli Hoffman (Monica Keena). Após uma briga com o pai e com a madrasta, a garota sai de casa e refugia-se em uma floresta onde fica próxima de sete ladrões. Enquanto isso, Claudia colocará feitiços no caminho de Lilli e ao lado de capangas, fará de tudo para trazê-la de volta para seu castelo.

No longínquo ano de 1997, o telefilme ‘Floresta negra’ repercutia no extinto formato VHS, e, lembro-me muito bem, o filme não parava nas prateleiras. Todos queriam assistir a essa versão dark da clássica história de ‘Branca de Neve e os sete anões’. Ainda mais porque se dizia que era um filme de terror.
Produzido pela Polygram e distribuído pela própria Polygram em parceria com a Universal – a Universal depois adquiriu a Polygram, esse filme para TV foi um dos primeiros a reinventar grandes contos da literatura, utilizando linguagem moderna e narrados com outro tom. No caso de ‘Floresta negra’, virou rapidamente sucesso comercial, recebendo indicação a prêmios como Emmy – melhor atriz para Sigourney Weaver, melhor maquiagem e melhor figurino, e indicação ao SAG de atriz de telefilme para Sigourney.
‘Branca de neve e os sete anões’, dos irmãos Grimm, apresentava um tom de terror, era um folk tale alemão do início do século XIX com personagens sinistros. Falava de uma rainha vaidosa que virava bruxa e tentava matar sua enteada. A bruxa vivia consultando seu espelho para saber quem era a mulher mais bela do reinado; quando ele diz que ela é bela, mas Branca de Neve é mais, tomada pela inveja, faz de tudo para ‘possuir’ a beleza e jovialidade daquela menina pura e indefesa. Coloca caçadores para pegar a menina que está escondida numa floresta, agora aliada a sete anões – no telefilme os anões são representados por marginais, e não são anões.
A ‘Branca de Neve’ dos irmãos Grimm, compilada por eles em formato de literatura a partir de contos da tradição oral alemã, é a maior inspiração para esse telefilme de aventura, romance e terror, bem realizado, com ótimo elenco e uma maquiagem assustadora de Sigourney Weaver quando vira uma bruxa decrépita – ela é o principal destaque e ajudou a vender o filme, pois é uma atriz respeitada, de filmes como a franquia ‘Alien’.





Os momentos emblemáticos da velha história que conhecemos estão aqui presentes, como a maçã envenenada pela bruxa, as conversas da rainha má com o espelho – que nada mais era que sua própria psiquê, e o romance de Branca com um príncipe – aqui o príncipe é um homem do povo, de comportamento duvidoso.
O filme tem produção classe A, foi rodado em exuberantes castelos, e em florestas e estúdio na antiga Tchecoslováquia, e não é para crianças - aliás, a classificação norte-americana é 17 anos. Do diretor Michael Cohn, de ‘Interceptor – O caça invisível’ (1992) e ‘O silêncio mortal’ (1994). Um dos roteiristas é Tom Szollosi, da clássica comédia da Sessão da Tarde ‘Te pego lá fora’ (1987) e de episódios de séries como ‘Esquadrão classe A’ e ‘Histórias maravilhosas’.
Ganhou recentemente edição em DVD com belíssimo acabamento pela Classicline, num digipack com luva. Tem apenas um extra no disco, o trailer, e acompanha cards colecionáveis.

Floresta negra (Snow White: A tale of terror). EUA, 1997, 96 minutos. Aventura/Terror. Colorido. Dirigido por Michael Cohn. Distribuição: Classicline

Nenhum comentário: